Friday, February 25, 2005

Talvez chá de coca?

Decidi que o chá de coca talvez ajudasse. Tenho a sorte de ter aqui, do genuíno espécime andino, retalhado e triturado na sua forma natural, e embalado com a elegante denominação de "Delice".

Esta infusão de coca talvez resolva a ansiedade nestes próximos dez minutos. Vou experimentar utilizar o PC para um jogo. Embora, depois de coisas que envolvam bebidas alcoólicas, um jogo de computador é provavelmente uma das minhas actividades quotidianas mais carregadas de nicotina.

Claro que o facto do comércio de folha de coca ser ilegal em todos os países do mundo excepto em dois dos principais produtores — não, erraram, Bolívia e Perú — é um mero detalhe que o meu subconsciente chamou ao assunto. Uma associação engraçada entre um vício legal e dispensado, com cumprimentos do ministério das Finanças, em milhares de pontos de venda no País e no estrangeiro, e um outro vício, ilegal, e pago com uns dólares anuais de cada americano para combater a rede de distribuição e com outros tantos dólares (normalmente da mesma alma respeitável e pagadora de impostos) ara o consumo.

Independentemente do raciocínio mirabolante, talvez uma réstea de vício ou crime no trivial acto de beber chá possa contribuir para levar esta sensação de secura, de "falta" que eu não conhecia há 15 anos.

Para tal efeito é um detalhe que a clandestina aquisição dos elegantes saquinhos de 'mate de coca' tenha tido lugar no supermercado com ar mais apresentável que encontrei no centro da acolhedora — e, por padrões extra-europeus, limpa e civilizada, cidade de Cusco.

O que interessa nisto é que tudo são distracções da tentação de fumar. Ou formas de a recordar de novo.

Apercebo-me agora que, pela primeira vez, não tenho o cigarro à vista (escondi-o no final do post anterior).


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