Thursday, March 17, 2005

(com sorte) A meio do caminho

Nos últimos dias tenho sido insistentemente perseguido pela dúvida de quanto tempo se passou exactamente desde o meu último cigarro. Antes de escrever estas linhas fiz uma reconstrução de memória dos tempos mais recentes, com a indispensável ajuda de um calendário, e concluí que se tinham passado três semanas e dois dias.

Ao longo deste tempo o facto de não fumar foi perdendo importância, o que equivale a dizer que deixou de ser o meu único assunto de conversa para passar a ser o principal. Durante as primeiras duas semanas infernizei completamente a vida de quem em rodeava, como um pequeno acesso de stress que acabou por se prolongar por uns bons dezassete dias.

Falei com o ex-fumador com três anos de resistência, que me confessou que ainda é assaltado por um acessozinho periódico de traça, e com outro que, oito anos depois da sua última baforada, depois de trinta anos a intervalar o cigarrinho com cachimbo e charutos, me disse que não tinha a mínima vontade de fumar.

O que eu sei, de ciência certa (ou pelo menos tão certa quanto a ciência pode ser), é que o período de privação física de nicotina se prolonga por um mínimo de oito semanas. Com um bocadinho de sorte ainda só vou a meio do caminho.

Acho que vou conseguir deixar de fumar. Até porque, depois de um almoço acompanhado de um bom tinto, que é sem dúvida a ocasião da minha rotina em que mais necessito de um cigarro, descobri que afinal gostava de cigarrilhas. Ou pelo menos de meia cigarrilha.
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